Palácio de luzes
Era uma vez uma menina que vivia um estranho sonho dourado, o nome dela era Melina e morava em uma casa toda decorada com espelhos, a luz do sol entrava e refletia neles criando um espetáculo de luzes.
As luzes dançavam por entre as paredes e móveis da casa, atravessando o vidro das janelas e iluminando os arredores como um grande farol.
A noite, as luzes das velas em sua casa tornavam seu pequeno lar um palácio de luz encantado, saído de algum conto de fadas.
A casa dela era um pontinho de luz luminescente flutuando em um mar de escuridão assim como sua dona.
Ao entardecer Melina saia com o brilho dourado do sol refletindo em sua pele, ela adorava fazer pequeniques com os animais do campo, que sempre a este horário esperavam para admirar a beleza da pequena.
O aroma doce de chocolate quente e cogumelos tomava conta das tardes de suas tardes e junto com suas doces gargalhadas preenchiam a casa e o seu entorno com uma atmosfera de fantasia.
As noites, eram repletas de doces sonhos dourados, com luzes para todos os lados e um pequeno teatro de sombras.
As manhãs, eram marcadas como aroma de café e bolo de cenoura, enquanto imagens de sóis, luas e estrelas bailavam passando pelas paredes da sala de jantar.
Os dias de Melina eram assim como ela, alegres e ensolarados mesmo que ao seu redor fosse tudo tão escuro, ela era feliz em sua pequena casa de campo.
A garota criava e cuidava de seus espelhos, limpando-os e devolvendo o brilho a eles, pois para ela estes eram encantados e representavam o íntimo das pessoas, a essência delas e deveriam ser tratados com muito cuidado.
Um dia porém, o sol sumiu entre nuvens escuras, os trovões assustaram a menina, que não saiu mais para brincar no campo ficando escondida em sua casa.
O vento forte derrubou os espelhos os estilhaçando, e a casa da menina se apagou deixando de ser um pontinho de luz em meio a escuridão.
Ela passou dias dentro de casa limpando toda a bagunça, triste por não poder mais iluminar as pessoas como fazia antes.
Depois que tudo estava limpo e organizado, a menina percebeu que um dos espelhos não fora danificado, e feliz se aproximou e olhou a si mesma no espelho.
Pela primeira vez notou a si mesma, a garota então percebeu que sempre andou tão ocupada cuidando dos espelhos para iluminar as outras pessoas que acabou não se dando conta de que não precisava deles para fazer tal coisa.
E então com um sorriso nos lábios Melina derrubou este último espelho fazendo com que se estilhaçasse em vários pedaços no chão, e saiu saltitando da casa de campo indo para a cidade sob a luz do sol cantarolando uma alegre canção.
Existem pessoas que tem um sol dentro de si, não se abalam com as tempestades e ainda iluminam os outros, e essa menina era apenas uma dessas pessoas.
A Melina não precisava de espelhos ou luzes para iluminar as almas das pessoas. Ela era a própria luz.
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