A flor do mal




Há muito, mas muito tempo em algum lugar, havia um reino cruel e impiedoso, onde do topo reinou, uma delicada princesa.

De pele clara e cachos dourados, ostentava um sorriso perverso em seus lábios rosados, seus olhos eram azuis e gélidos, e seu caminhar leve e gracioso.

No castelo uma flor do mal belamente floresce, em loucas colorações. Porém, embora seja tão bela, não pode ser tocada pois seus espinhos são venenosos.

E essa flor, era a princesa Pandora.

Ela vivia em um palácio deslumbrante, cercada de luxos, com um cavalo branco e seus leais servos. Tudo naquele reino pertencia a ela.

Se suas riquezas acabavam, do povo Pandora tirava, e aqueles que eram contra ela, eram varridos de sua vista.

 Afinal, para Vossa Alteza Real tudo era um jogo, ela era o rei e as demais pessoas, eram meros peões a serem sacrificados para cumprir suas vontades.

A tirana princesa, era apaixonada pelo príncipe do reino vizinho, porém este, era apaixonado pela princesa do reino do Leste.

Pandora enlouquecida pela inveja que sentia, um dia chamou por um de seus servos, e em voz baixa lhe ordenou:

— Destrua o reino do Leste.

Várias casas foram reduzidas à cinzas, e com isto muitas vidas foram perdidas, mas a tristeza das pessoas que sofriam, não comoveram a princesa.

Afinal, era hora do chá.

A princesa má precisava ser derrubada, finalmente, o povo se levantou. Porém não tinham um líder à altura, com medo do que a governante poderia fazer, as pessoas do reino foram até a floresta, e imploraram pela ajuda da bruxa que um dia expulsaram do reino por ser não ser bela como todos do reino.

Harriet, a bruxa sem guardar rancor, os ajudou. Liderada por ela, a multidão confiante marchou até o palácio, a tristeza que a Princesa má causou havia se transformado em raiva, que acumulada, envolveu todo o reino.

Ao verem a Harriet brandindo sua espada enquanto seu corpo cor de ébano brilhava sob o sol, os cavaleiros correram amedrontados, enquanto o palácio era cercado, os leais servos de Pandora fugiam, deixando-na sozinha.

Finalmente o palácio foi cercado, e a adorável e encantadora gorvenante daquele reino, foi presa.

Uma flor do mal belamente floresce, em melancólicas colorações. O paraíso que havia criado para si, Ah, era quebradiço como vidro e rapidamente se estilhaçou.

Três da tarde era a hora da punição, a hora em que o sino da praça principal tocaria. O que pensava sozinha na prisão, aquela que era chamada de Princesa?

Finalmente a hora chegou, o sino anunciou a badalada final. Enquanto todos a olhavam do alto, em seu vestido branco de musseline, a que chamavam de sua Alteza real sorriu.

Um sorriso lindo mas carregado de perversidade e de seus lábios rosados com a voz doce porém, carregada de ironia pronunciou.

— Ah, está na hora do chá!

Uma flor do mal belamente tomba, em desprovida de colorações, com suas pétalas duras como rocha.

Lá no alto ela ficou, com seu olhar afiado olhando para a multidão. O povo comemorou sua vitória, e durante toda a noite dançaram alegres sob o olhar frio da estátua de Pandora.

A multidão, agradecida pela ajuda de Harriet, a bruxa, fez dela sua rainha. Há muito, mas muito tempo em algum lugar, havia um reino bom e piedoso, onde do topo reinou, uma bruxa feia. E, no reino da bruxa, por muito tempo todos viveram felizes.

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